Bolsonaro: um pai da horda? Contribuições para pensar a estrutura da transmissão mítica

Abstract

O projeto nasce no contexto frágil da política brasileira. Do fim de um governo popular e do surgimento de uma direita antes tímida. O susto de vermos a direita de mão dada com a bancada evangélica nos palanques diante de multidões nos coloca à pensar qual a crise moral e ética que abriu as portas para a bandeira fascista. O desejo de mudança do proletariado, o desemprego, a crise política pós-Mensalão e o impeachment facilitaram para que as rachaduras se transformassem na eleição de Jair Messias Bolsonaro. O presente projeto traz o que em comum reside em movimentos de massa – religião e política. Realocaremos a tese de Sigmund Freud (1939) a finalizar no que seria uma compulsão neurótica da humanidade. O entendimento é em torno da figura de Jair Bolsonaro e o líder Moisés da religião judaica, e de que maneira ele foi passível ao uso da massa para ser o líder e transmitir a estrutura primeva do totemismo. A idealização mitificada de Bolsonaro pela massa consistiu na própria identificação de um ideal do Eu e do desprazer de renunciar e viver em um mal estar civilizatório. Por fim, pensar o acesso do primitivo ao nosso tempo presente, e em qual momento a fragilidade da imago do pai permitiu dar voz à direita brasileira.