Literatura infantil, comunidades negras, personagens e narrativas

Abstract

Este artigo analisa quatro obras literárias de uma recente produção destinada às crianças e jovens que trazem como enredo a vida cotidiana de comunidades negras. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que selecionou duas obras de Ladjane Alves Sousa – Rainhas (2018) e Reis (2020); uma de Evelyn Sacramento – Menina Nicinha (2021) e outra de Raiane Cordeiro de Araujo – A riqueza do lugar: história da comunidade quilombola do Maracujá (2021). O estudo tem no pensamento de Paulo Freire uma das suas principais referências teóricas, sobretudo no que se refere aos conceitos de educação popular (Freire, 2013; 2018) e pedagogia decolonial (Mota Neto, 2016), bem como na nos estudos sobre a literatura infantil (Coelho, 2000), (Lajolo; Zilberman, 2017), (Machado, 2011), além de reflexões do campo educacional (Soares, 1999), (Cademartori, 2024), com vistas a discutir a literatura infantil como objeto estético e pedagógico em contextos escolares. As tramas narrativas escolhidas trazem o cotidiano de comunitárias negras como fonte inspiradora da escrita literária. A importância dessa literatura na escola reside na sua força como artefato didático na construção de uma perspectiva freiriana de educação popular fundamentada na valorização das culturas e experiências locais como contribuição à construção de práticas educativas antirracista.