A escrita autobiográfica de Carolina Maria de Jesus

Abstract

Esta monografia apresenta um pouco da vida e da obra de Carolina Maria de Jesus, a negra retinta que saiu da favela do Canindé para mostrar ao mundo como sua escrita de estética e estilo próprios atingiu os mais diversos campos sociais. A trajetória da autora questiona o cânone literário que, na década de 60 – anos em que seus dois primeiros livros foram lançados – não aceitava como literário o que não representasse determinados padrões em atenção ao status quo. Este trabalho pretende mostrar como Carolina subverte esta lógica através dos diários autobiográficos Quarto de despejo e Casa de alvenaria, impondo sua essência e o seu estilo. Para isso, parte-se da leitura da fortuna crítica da autora, fazendo um contraponto com sua própria literatura, seu lugar de fala, em que ela descreve os entraves que a impediam de ingressar no meio literário, para protestar sua voz diminuída de mulher negra e favelada.