O ser negr@ na perspectiva de crianças da educação infantil, do Distrito de Antônio Diogo, Redenção (CE).

Abstract

Esse trabalho teve por objetivo pesquisar as concepções que as crianças da Educação Infantil têm sobre o ser negr@. Desenvolvi esse estudo junto a uma escola de Educação Infantil, pertencente à rede municipal de Redenção (Ce), mais especificamente no Distrito de Antônio Diogo. Como metodologia de pesquisa, ou seja, para a produção dos dados realizei a técnica da observação participante. Dessa forma, busquei, então, captar o movimento existente em uma sala de aula, com crianças de 05 (cinco) anos de idade, estando esse diretamente ligado às ações e concepções acerca do ser negr@. Dessa forma, pude além de conversar com as crianças sobre o ser negr@ desenvolver uma intervenção acerca dessa temática. Para desenvolver esse estudo parti inicialmente de experiências pessoais escolares, no âmbito da Educação Infantil, momento em fui vítima de racismo em função da cor de minha pele marrom. Daí trouxe a seguinte pergunta de pesquisa: quais as concepções que as crianças da Educação Infantil têm sobre o ser negr@? Para discutir o tema da Educação Infantil me amparei no pensamento de Kramer (2006), Faria (2002), Junior (2012), Rosemberg (2012), etc.. No entanto, para tecer reflexões relativas à temática negra e a Lei nº 10.639/2003 busquei o pensamento de Godoy (1996), Fazzi (2000) Rodrigues (2010), Oliveira (2010), Cavalleiro (2001), Gomes (2005), Silva (2009), etc.. Como resultado desse estudo pude evidenciar, de um lado, que as crianças compreendem que ter traços negros, e mais precisamente ter a pele negra ou marrom é estar diretamente ligado aos/as african@s e, portanto, fazer parte de um contingente populacional não valorizado socialmente. De outro, percebi o quanto a escola e, especialmente, os/as educadores/as também carecem de refletir sobre o que é ser negr@ no Brasil, no Ceará e mais precisamente em Redenção, de modo a construir estratégias pedagógicas que contribuam com que as crianças respeitem e valorizem as pessoas negras, bem como a cultura africana e afro-brasileira da qual fazem parte.