A influência da fadiga por compaixão na saúde mental dos profissionais de enfermagem que atuaram no enfrentamento da pandemia de covid-19 no interior do Ceará

Abstract

A pandemia de COVID-19 provocou mudanças bruscas no cotidiano, principalmente dos profissionais de enfermagem que atuam no enfrentamento da pandemia, e vivenciam rotinas exaustas que podem culminar com síndrome de burnout e fadiga por compaixão e afetar sua saúde mental. O estudo teve como objetivo analisar a influência da fadiga por compaixão nos índices de síndrome de burnout que afetam a qualidade de vida dos profissionais de enfermagem que atuaram no enfrentamento da pandemia de COVID-19 no interior do Ceará. O arcabouço metodológico apresenta um estudo descritivo exploratório de corte transversal e abordagem quantitativa, com utilização de quatro instrumentos, a saber: Questionário sociodemográfico; Escala de Satisfação e Fadiga de Compaixão; Questionário de identificação da Síndrome de Burnout e Instrumento de avaliação de qualidade de vida. A coleta de dados foi realizada de dezembro de 2021 a março de 2022, nas unidades de Atenção Primária e Atenção Hospitalar dos municípios de Acarape, Barreira e Redenção, do interior do Ceará, após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa, obedecendo às medidas de prevenção vigentes contra a pandemia de COVID-19. A amostra foi obtida por meio de amostragem não probabilística: amostra por conveniência. Os dados foram analisados com base na estatística analítica. A distribuição de frequências foi expressa por percentagem para as variáveis categóricas. Foram utilizados os programas Microsoft Office Excel para a tabulação de dados e o Software R, para obtemos o valor-p para o teste de hipóteses. Os dados foram apresentados através de tabelas. Houve também cruzamento de variáveis para saber se houve diferenças comprovadas estatisticamente. Para cada tópico do relatório, foram apresentadas as tabelas comparativas das variáveis dois a dois e o respectivo teste de hipóteses para comparação de igualdade de frequências. O estudo cumpriu a Resolução 466/12, do Conselho Nacional de Saúde, todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os resultados contam com 91 participantes, de ambos os sexos. A idade dos participantes variou de 19 a 66 anos, com média de 37,9 anos, a maioria do sexo feminino 85,7% (n=78) e 14,3% (n=13) do sexo masculino. Quanto à categoria profissional, 65,93% (n=60) dos participantes são técnicos de enfermagem e 34,06% (n=31) são enfermeiros. De acordo com o sexo, os homens apresentam uma porcentagem mais elevada de síndrome de burnout (76,92%) e estresse traumático secundário (30,76%) ao nível moderado. Embora as mulheres sejam as únicas que apresentam uma porcentagem de estresse traumático secundário alto (1,28%). Os técnicos (as) de enfermagem apresentaram uma porcentagem mais elevada de síndrome de burnout e estresse traumático secundário ao nível moderado. Foi constatado que entre os profissionais há um número elevado de síndrome de Burnout ao nível moderado. Há ainda, um número considerado de estresse traumático secundário, e ambos aumentados indicam a presença de fadiga por compaixão e, consequentemente afeta à qualidade de vida profissional e saúde mental.