Qualidade de cultivares de abóboras em diferentes manejos de solo

Abstract

Para mitigar os efeitos da agricultura convencional, visando à sustentabilidade do ecossistema, é necessária a utilização de técnicas que preservem o meio ambiente, conciliando a produção de alimentos com a redução dos impactos ambientais de forma sustentável. Nesse sentido, a realização de cultivos mantendo a mata nativa pode ser uma alternativa para a manutenção da sustentabilidade em sistemas agrícolas. Portanto, objetivou-se com este trabalho, avaliar o crescimento e a qualidade pós-colheita de três variedades de abóbora (Cucurbita moschata) submetidas a diferentes manejos de solo, com vistas à obtenção de subsídios para estabelecimento de um manejo sustentável dessa hortaliça em condições de campo. O estudo foi realizado em uma área localizada no município de Acarape, Ceará, onde utilizou-se dois sistemas de cultivo e três cultivares de abóbora, distribuídas em um delineamento de parcelas subdivididas. Para o crescimento inicial das plantas foi acrescentado o fator tempo, tornando-se parcela subsubdividida. Na análise de crescimento inicial das plantas foram avaliadas o Diâmetro do caule (DC) e a altura da planta (AP). No crescimento final avaliou-se a massa seca da parte aérea (MSPA), do caule (MSC), da raiz (MSR) e área foliar (AF). No fruto foram avaliados o número de sementes (NS), a massa seca da semente (MSS), a produtividade (P), os diâmetros longitudinais (DL), transversal (DT), da cavidade interna (DCI), a firmeza da polpa (FP), a espessura da casca (EC) e da polpa (EP), a coloração (L*, C* e H°), sólidos solúveis (SS), pH, acidez titulável (AT) e açúcares solúveis totais (AST). Ao avaliar a AP de abóbora observou-se maiores valores, nas cultivadas no ambiente convencional. Analisando o fator cultivares isolado, verificouse que tanto DC e AP não tiveram diferença significativa. Avaliando o crescimento das plantas no final do experimento, verificou-se que os melhores valores de MSR foram encontrados no ambiente convencional. Por outro lado, levando em consideração as cultivares, observou-se que as plantas da sergipana tiveram maiores valores de MSPA.O fator ambiente isolado não influenciou as variáveis de massa seca da semente e produtividade analisadas. Por outro lado, avaliando as três cultivares de abóbora e a interação entre os diferentes ambientes de cultivo e as cultivares, verificou-se uma diferença significativa para NS, MSS e P. O fator ambiente influenciou no DL e FP, enquanto que o fator cultivar, além das duas variáveis citadas, também influenciou significativamente a EP. O fator ambiente não influenciou as variáveis de coloração dos frutos. Por outro lado, o fator cultivar e a interação entre os dois fatores exerceram influencia nesta mesma variável. As variáveis SS, AT, pH e AST não sofreram influência dos fatores isolados, bem como da interação destes. Levando em consideração os dados de crescimento e qualidade dos frutos das três cultivares de abobora, conclui-se que para uma maior produtividade, recomenda-se o cultivo da abóbora moranga no ambiente convencional. O cultivo de aleias por ter sido implantado recentemente no local, não atingiu o clímax e a estabilização do sistema. Além disso, não ofereceu aporte necessário para o desenvolvimento das plantas das três cultivares de abóbora.