Cooperação Brasil - África durante os mandatos de Luís Inácio Lula da Silva

Abstract

O trabalho faz parte do projeto dos estudos das Humanidades que investigam as relações internacionais, especificamente a Cooperação Sul-Sul, tendo como objeto os interesses econômicos e simbólicos do Brasil em relação ao continente africano. A partir do primeiro governo Lula, o Brasil voltou-se para a América latina e o continente africano, que é o nosso interesse nesta pesquisa, o que permitiu que o governo Lula conseguisse ultrapassar várias dificuldades, possibilitando ao país tornar-se um agente importante na área de cooperação internacional, saindo assim da condição de simples país recipendiário para ser um doador importante de cooperação técnica, procurando desta maneira afirmar e defender os seus interesses nacionais. O trabalho apresenta como objetivo geral, compreender o uso da solidariedade nas ações de cooperação entre o Brasil e a África durante os dois governos de Lula (2003-2010). E tem por objetivos específicos: 1) analisar os interesses simbólicos e econômicos que movem a cooperação entre o Brasil e a África; 2) compreender os interesses que movem a cooperação solidária entre o Brasil e os PALOPs mediante a UNILAB. Para tanto, emprega-se uma combinação de pesquisa bibliográfica e documental para a realização das mesmas. Foi possível perceber a existência de interesses do Brasil nesta cooperação, entre os quais podemos citar interesses no campo político-estratégico no que se refere ao apoio dos países africanos para conseguir um assento na ONU. Um exemplo claro é o apoio que o Brasil precisa dos países africanos para manter o controle sobre o Atlântico Sul, que no campo econômico é de extrema importância para o Brasil, visto ser o canal que permite transportar mercadorias para todas as partes do mundo. Por este motivo durante os dois governos de Luís Inácio Lula da Silva houve uma grande aproximação tanto pessoal como governamental, empresarial e social do Brasil com o continente africano. Conclui-se que o Brasil usa nos seus discursos políticos o termo ‘cooperação solidária’ para justificar esta prática, embora no fundo existam pretenções político-estratégicas.