Use este identificador para citar ou linkar para este item: repositorio.unilab.edu.br/jspui/handle/123456789/2340
Título: Ensino de História em Guiné-Bissau: colisões entre eurocentrismo e realidades históricas do país
Autor(es): Mané, Nembali
Palavras-chave: Eurocentrismo - Guiné-Bissau
Guiné-Bissau - História - Estudo e ensino
Data do documento: 20-Ago-2021
Citação: MANÉ, N. (2021)
Resumo: O presente trabalho objetiva analisar o ensino de História em Guiné-Bissau, com foco na colisão que há entre o eurocentrismo e as realidades históricas do país. Eurocentrismo é uma teoria que coloca a Europa no centro do universo, subalternizando as outras realidades epistêmicas, culturais, históricas e ideológicas. Dessa forma, discutimos sobre ensino de história neste país e suas relações com as realidades históricas, fazendo uma análise sobre as influências do eurocentrismo nos conteúdos estudados, as quais estimulam a colisão entre as duas realidades históricas. Para isso, fizemos consultas bibliográficas em diversos autores, tais como Alexandre Furtado, Dabana Namone, Leonel Vicente Mendes, Loureço Ocuni Cá, Paulo Freire, Sobonfu Somé, entre outros. Ademais, realizamos uma pesquisa documental que envolve a análise do Programa Harmonizado de Ensino de História, elaborado pelo INDE. Depois, entrevistamos estudantes guineenses da UNILAB (Campus dos Malês), para compreendermos as suas trajetórias e experiência no ensino de História nos diferentes liceus, a fim de que pudéssemos comparar os dados entre a teoria e a prática de ensino de História. Para compreender de modo amplo, fizemos uma breve análise da educação em Guiné-Bissau, começando pelo período anterior à chegada dos invasores. Nesse caso, discorremos sobre a sociedade africana como uma sociedade de tradição oral, em que a educação era transmitida da boca dos mais velhos ao ouvido dos mais novos, por meio das cerimônias de iniciação, da contação de histórias, dos provérbios e dos trabalhos de campo. Entendemos que essa educação visa promover a solidariedade comunal, já que é responsabilidade de toda a comunidade. Essa rica tradição foi comprometida com a chegada dos colonizadores que implementaram a educação escolar com vistas a “civilizar” e a cristianizar e a estabelecer a dominação política, econômica e ideóloga aos povos guineenses. Esse processo culminou com a luta da libertação nacional, a qual durou 10 anos, entre 1963 a 24 de setembro 1973 – data da independência unilateral, pois um ano depois Portugal reconheceu a independência oficialmente. Ao longo da luta armada, o PAICG foi implementando a educação nas zonas libertadas para alfabetização da massa popular, cuja maioria estava fora do sistema de ensino. Essa educação visava contrariar a educação colonial e combater a discriminação e a colonização das mentes. A partir desses caminhos, é possível perceber que os conteúdos de História no país estão inclinados à Europa devido a vários fatores, entre os quais a falta de comprometimento do Estado atual com o setor do ensino, a falta de materiais que relatam os conteúdos nacionais (razão pela qual os professores recorrem aos conteúdos europeus que são mais acessíveis em Guiné-Bissau), a metodologia inadequada, a dificuldade da língua que impossibilita a compreensão dos conteúdos e a dificuldade dos próprios futuros docentes na Escola Normal Superior Tchico Té, etc.
Descrição: MANÉ, Nembali. Ensino de História em Guiné-Bissau: colisões entre eurocentrismo e realidades históricas do país. 2021. 104 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Humanidades) - Instituto de Humanidades e Letras dos Malês, Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, São Francisco do Conde, 2021.
URI: repositorio.unilab.edu.br/jspui/handle/123456789/2340
Aparece nas coleções:Monografias - Bacharelado em Humanidades (São Francisco do Conde)

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
2021_mono_nembalimane.pdf2021_mono_nembalimane.pdf1,74 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Os itens no repositório estão protegidos por copyright, com todos os direitos reservados, salvo quando é indicado o contrário.