Ensino de química, um estudo de caso: Escolas de ensino médio do Brasil e da Guiné-Bissau

Abstract

O presente trabalho buscou compreender como acontece o ensino de química e a formação para a cidadania dos alunos, em escolas de ensino médio, brasileira e guineense, tendo seu enfoque na ciência química, escolha que resulta a partir da habilitação do autor, no curso de Ciências da Natureza e Matemática. Isso nos levou a pesquisar sobre ensino de química, como estudo de caso, em escolas de ensino médio do Brasil e da Guiné-Bissau. Realizou-se, então, uma pesquisa qualitativa, baseado na aplicação de questionários/entrevistas, in loco, com docentes de Química do Ensino Médio dos dois países. No caso da Guiné-Bissau, especialmente, o autor ainda captou em conversas informais, observações de discentes e docentes sobre aulas-práticas. O trabalho objetivou averiguar sobre a contribuição do Ensino da Química para a formação cidadã na vida dos educandos do Ensino Médio dos dois países. Para tanto, buscou-se identificar se o ensino de química, em três escolas do Brasil e em cinco da Guiné Bissau, vem trazendo a inter-relação da ciência com o cotidiano do aluno, ou seja, a contextualização. Investigou-se, se o ensino de química nos dois países tem levado o aluno a ter uma visão crítica e reflexiva do mundo. Também foi analisado, na visão dos alunos, se os docentes utilizam aulas práticas para melhor compreensão da teoria. Sondou-se dos docentes as dificuldades e benesses da profissão na área. Dos resultados, verificou-se situações de fragilidades e acertos, que corrigidas e/ou otimizados, possam, num futuro próximo, contribuir para melhorias, se for o caso, no ensino na Guiné-Bissau, especialmente, no ensino de química, a partir das escolas pesquisadas. Resultou, também, necessário buscar estimular o ensino desta ciência, em benefício de uma “formação cidadã”, para os discentes e docentes, de ensino médio. Restou patente a constatação de que, além de “melhor formação” para os docentes guineenses, a estes, necessários e urgentes, ser-lhes dadas às condições mínimas de trabalho para que, no seu mister, possam desenvolver em si e seus alunos uma educação da melhor forma possível. Não se quer dizer com isto, que nas escolas brasileiras analisadas, as “condições estejam já postas e definidas”. Também nestas, o compromisso educador precisa estar presente na sensibilidade de cada docente, e, especialmente, dos gestores públicos em geral, o que também resultou válido para o país do autor.